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segunda-feira, 18 de abril de 2011

Serpentes e suas definições

NOME CIENTÍFICO: Bothtrops
CONHECIDA POR: Jararaca
Definição: As jararacas (Bothrops sp) possuem vários nomes vulgares como jararaca do rabo branco, urutu cruzeiro, cruzeira, jararacuçu, etc. Podem atingir mais de um metro de comprimento, ocorrendo em vários Estados como Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso. Cada espécie tem desenhos característicos no corpo, variando em relação a espécie, em se tratando da cauda, as jararacas tem a ponta da cauda com escamas não eriçadas.

Temos sete espécies mais comuns no Brasil que são:

- Bothrops alternatus

- Bothrops atrox

- Bothrops cotiara

- Bothrops jararaca

- Bothrops jararacussu

- Bothrops moojeni

- Bothrops neuwiedi




As jararacas são responsáveis por 90% dos acidentes ofídicos no Brasil, devido ao seu aparecimento em áreas rurais, e ou regiões onde exista perto vegetação densa, ambientes úmidos, pois elas acabam por vir atrás de alimentos como os roedores. De acordo com o Ministério da Saúde, ocorrem anualmente mais de 17.000 acidentes botrópicos.

Seu veneno tem três tipos de ação:

AÇÃO PROTEOLÍTICA: onde decorrem da atividade de proteases, hialuronidases e fosofolipases, liberação de mediadores da resposta inflamatória, ação das hemorraginas sobre o endotélio vascular e ação procoagulante do veneno.



AÇÃO COAGULANTE: a maioria dos venenos das jararacas ativa, de modo isolado ou simultâneo, o fator X e a protrombina. Possui ação semelhante a trombina, convertendo o fibrinogênio em fibrina. Essas ações produzem distúrbios da coagulação, que se caracteriza pelo consumo de seus fatores, geração de produtos de degradação de fibrina e fibrinogênio, o que pode causar incoagulabilidade sangüínea.



AÇÃO HEMORRÁGICA: a ação das hemorraginas, provocam lesões na membrana basal dos capilares, associadas a plaquetopenia e alterações da coagulação.



Podem ocorrer manifestações locais como edema endurado, dor de intensidade variável, equimoses e sangramentos no ponto da picada, infartamento ganglionar, bolhas, acompanhados ou não de necrose. Podem ocorrer também náuseas, vômitos, sudorese, hipotensão arterial e às vezes choque.

O tratamento se faz através de administração de soro antibotrópico o mais rápido possível, se for diagnosticado que a picada foi de uma jararaca, manter elevado o membro picado, aplicação de analgésicos para conter a dor, manter a vítima hidratada, e fazer uso de antibióticos.



NOME CIENTÍFICO: Crotalus durissus terrificus
CONHECIDA POR: Cascavel
DEFINIÇÃO: Os acidentes com cascavéis, atingem 7,7%, apresentando o maior coeficiente de letalidade devido a freqüência com que evolui para insuficiência renal aguda. As cascavéis tem como característica de identificação, o chocalho ou guizo na ponta da cauda, que nada mais é do que vestígios das trocas de pele, sendo errôneo calcular sua idade através dele. São animais que preferem regiões mais áridas, mais secas e geralmente são encontradas em áreas mais afastadas.

Seu veneno apresenta-se em três ações:



AÇÃO NEUROTÓXICA: ocorre devido a fração crotoxina, uma neurotoxina de ação pré-simpática que atua nas terminações nervosas inibindo a ação da acetilcolina, sendo o principal fator responsável pelo bloqueio neuromuscular, o que vai ocasionar as paralisias motoras.



AÇÃO MIOTÓXICA: produz lesões de fibras esqueléticas com liberação de enzimas e mioglobina para o soro e são posteriormente excretadas pela urina. Ainda não está identificada a fração do veneno que produz esse efeito miotóxico sistêmico.



AÇÃO COAGULANTE: o consumo de fibrinogênio pode levar a incoagulabilidade sangüínea, geralmente sem redução do número de plaquetas.




O acidentado pode não sentir dor ou ser de pouca intensidade, os sintomas conseqüentes podem ser mal-estar, prostração, sudorese, náuseas, vômitos, sonolência, secura da boca, fácies miastêmicas, alteração do diâmetro pupilar, oftalmoplegia, visão dupla, aumento do tempo de coagulação.
tratamento deve ser feito através da administração do soro anticrotálico por via intravenosa, variando a dose dependendo da gravidade da picada. A hidratação do paciente é importante, deve ser induzida a diurese osmótica, e manter o pH urinário acima de 6,5 pois a urina ácida aumenta a precipitação intratubular de mioglobina.



NOME CIENTÍFICO: lachesis muta
CONHECIDA POR: Surucucu pico de jaca
DEFINIÇÃO: Os acidentes com as lachesis, são muito raros, devido ao seu habitat específico, onde a densidade populacional é baixa. As surucucus, tem o corpo amarelado com desenhos escuros, e a identificação é feita através da cauda que possui escamas eriçadas, são mais agressivas.

A ação do veneno é dividida em quatro que são Proteolítica, Hemorrágica, Neurotóxica e Coagulante, sendo semelhantes a do veneno botrópico.

Como tratamento específico, deve ser administrado o soro antilaquético (SAL) ou o soro antibotrópico-laquético (SABL) por via intravenosa, utilizando-se para isso de 10 a 20 ampôlas.



NOME CIENTÍFICO: Micrurus ibiboboca


CONHECIDA POR: Coral verdadeira
DEFINIÇÃO:As corais (Micrurus, Erythrolamprus, Oxyrhopus e Anilius) são serpentes de pequeno porte, facilmente reconhecidas por seu colorido vivo. Há corais peçonhentas (Micrurus) e não-peçonhentas (Erythrolamprus, Oxyrhopus e Anilius), mas é difícil a distinção, possível apenas pelo exame minucioso da posição das presas ou da qualidade dos desenhos (anéis). As cobras-coral existem na América do Sul, América Central e Sul dos Estados Unidos da América. É também conhecida pelos nomes cobra-coral-venenosa, coral-venenosa, coral-verdadeira, ibiboboca, ibiboca e ibioca.

As corais, além de serem muito visíveis devido às suas cores, não apresentam o comportamento de ataque como, por exemplo, das cascavéis. As presas das corais são pequenas e podem estar localizadas na porção anterior da mandíbula (dentição proteróglifa), na Micrurus, como na porção posterior (dentição opistóglifa), nas Erythrolamprus, Oxyrhopus e Anilius. Portanto, elas não picam, mas mordem a caça para inocular a peçonha.

As cobras-coral possuem uma peçonha de baixo peso molecular que se espalha pelo organismo da vítima de forma muito rápida. A coral necessita ficar "grudada" para inocular a peçonha pelas pequenas presas. A cobra-coral é tão peçonhenta quanto uma naja. A sua peçonha é neurotóxica, ou seja, atinge o sistema nervoso, causando dormência na área da picada, problemas respiratórios (sobretudo no diafragma) e caimento das pálpebras, podendo levar uma pessoa adulta a óbito em poucas horas. O tratamento é feito com o soro antielapídico intravenoso.

A coral verdadeira geralmente é identificada pela posição das presas ou pela quantidade e delineamento dos seus anéis. As peçonhentas de forma geral possuem um ou três destes anéis completos em volta do corpo e as não-peçonhentas os possuem apenas na parte dorsal.

A coral tem hábito noturno e vive sob folhas, galhos, pedras, buracos ou dentro de troncos em decomposição. Para se defender, geralmente levanta a sua cauda, enganando o ameaçador com sua forte coloração; este pensa que é a cabeça da cobra e foge para não ser atacado. As atividades diurnas estão ligadas às buscas para reprodução e à maior necessidade de aquecimento que as fêmeas grávidas apresentam. Após o acasalamento, a fêmea posta de 3 a 18 ovos, que em condições propícias abrem após uns 90 dias. Dada a capacidade de armazenar o esperma do macho, a fêmea pode realizar várias posturas antes de uma nova cópula.

Os acidentes ocorrem com pessoas que não tomam as devidas precauções ao transitar pelos locais que possuem serpentes. Ao se sentir acuada ou ser atacada, a cobra-coral rapidamente contra-ataca, por isso recomenda-se o uso de botas de borracha cano alto, calça comprida e luvas de couro, bem como evitar colocar a mão em buracos, fendas, etc. A pessoa acidentada deve ser levada imediatamente ao médico ou posto de saúde, procurando-se, se possível, capturar a cobra ainda viva. Deve-se evitar que a pessoa se locomova ou faça esforços, para que o veneno não se espalhe mais rápido no corpo. Deve-se também evitar técnicas como abrir a ferida para retirar o veneno, chupar o sangue, isolar a área atingida, fazer torniquetes, etc., sendo o soro a melhor opção.

Existe um antigo ditado para distinguir uma coral verdadeira da coral falsa: “Vermelho com amarelo perto, fique esperto. Vermelho com preto ligado, pode ficar sossegado”
Falsa coral:












NOME CIENTÍFICO: Boa constrictor


CONHECIDA POR: JIboia
DEFINIÇÃO: A Jiboia é considerada uma das maiores serpentes brasileiras. Possui um temperamento tranquilo, não é peçonhenta e só ataca quando se sente ameaçada liberando o famoso "Bafo da Jiboia". Embora muitos digam que esse bafo que a jiboia solta pode matar,mas é pura mentira. As jiboias matam por constrição, ou seja, elas apertam suas presas até a morte fazendo com que o coração delas pare de bater.

Um comentário:

  1. MUUUUUIIITOOOOO BOM ! Me ajudou muito em um seminário sobre as ações fisiopatogênicas causadas pelas picadas de serpentes. Obrigada!

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